Além de "tóxico": por que este treinador diz que precisamos de uma nova maneira de falar sobre masculinidade
Além de "tóxico": por que este treinador diz que precisamos de uma nova maneira de falar sobre masculinidade

Além de "tóxico": por que este treinador diz que precisamos de uma nova maneira de falar sobre masculinidade

A conversa sobre masculinidade parece um campo de batalha. De um lado, há apelos para desmantelar a "masculinidade tóxica" e, do outro, a câmara de eco estrondosa da "manosfera" conclamando os homens a resgatarem seu poder. É confuso, é barulhento e deixa muitos se perguntando: o que significa ser homem hoje em dia?

O coach transformador e cofundador da Liminal, Hugo Mega, está se destacando. Em um bate-papo recente no Como namorar homens No podcast, ele argumentou que estamos presos em um ciclo vicioso, e a chave para nos libertarmos não é culpar características "tóxicas", mas sim compreender o sistema que as criou. Sua abordagem é revolucionária, sugerindo que mudemos nosso foco de um inimigo vago para as próprias ferramentas usadas para medir e classificar a masculinidade.

Fonte da foto – gaydar.vip

Trocando "Tóxico" por "Virilidade"

Todos nós já ouvimos o termo "masculinidade tóxica", mas Mega acredita que ele se tornou um termo genérico que perdeu a força. "Acho que a masculinidade tóxica se tornou muito popular neste momento e se tornou um pouco sem sentido", explicou. O verdadeiro problema, diz ele, é que isso cria uma dicotomia simples entre o bem e o mal. Isso deixa alguns homens livres de culpa ("Eu não sou um dos vilões!"), enquanto a chamada "manosfera" se apropria do termo, usando-o como um distintivo de honra.

Em vez disso, Mega aponta para um conceito mais preciso e, segundo ele, mais revelador: virilidade.

“Para mim, uma questão mais interessante do que o que é masculinidade… seria: o que é virilidade e quem define o que é virilidade?”

Então, qual é a diferença? Embora a masculinidade possa ser um conjunto fluido de características, Mega, referindo-se à obra da autora francesa Olivia Gazalé, define a virilidade como uma *ferramenta de medição* usada para criar uma hierarquia. "A virilidade é uma forma de estabelecer uma hierarquia entre os homens", afirmou. Pense nisso: massa muscular, barba espessa, conquistas sexuais, tomada de riscos — todas essas são maneiras pelas quais os homens são classificados uns contra os outros. É um sistema em que a masculinidade precisa ser constantemente comprovada.

Essa ideia não é apenas teórica; ela se baseia em conceitos fundamentais nos estudos de gênero, como o trabalho do sociólogo Raewyn Connell sobre “masculinidade hegemônica”, que descreve como uma visão dominante e idealizada da masculinidade oprime todas as outras formas.

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A Manosfera: Uma Reação Global

Essa obsessão em provar a masculinidade é o combustível para o fogo da manosfera. E, de acordo com Mega, é algo muito maior do que você imagina. "Não é um fenômeno dos EUA... É como um fenômeno global", ele alerta. "É chocante para mim o quão insidioso e onipresente ele é."

Ele vê a ascensão de influenciadores alfa-machos como uma reação direta ao progresso social. Enquanto mulheres e pessoas queer reivindicam igualdade, alguns homens sentem que seu privilégio de longa data está ameaçado. A manosfera lhes dá um manual para reagir.

“É um movimento reativo contra o progresso, que basicamente aponta o dedo e culpa as mulheres e as pessoas queer... É resultado do questionamento dos privilégios.”

Relatórios recentes de organizações como o Southern Poverty Law Center comprovam isso, mostrando como a ideologia da manosfera está se espalhando globalmente por meio das mídias sociais, muitas vezes agindo como uma porta de entrada para visões políticas mais extremas.

O Paradoxo do Homem Queer

Então, onde os homens queer se encaixam em tudo isso? Mega, que se identifica como queer, fala abertamente sobre a posição complexa que os homens gays ocupam. Por um lado, ele diz: "nós, pessoas queer, somos muito privilegiados por termos essa capacidade de subverter o gênero". Mas, por outro, homens gays ainda são homens e podem se beneficiar e perpetuar o próprio sistema que oprime os outros.

Ele descreve um profundo conflito interno que muitos homens gays reconhecem: a atração e a repulsa simultâneas pela masculinidade tradicional.

"Fico horrorizado com os homens heterossexuais e me sinto atraído por eles. E acho que esse é o paradoxo de ser gay às vezes: somos excluídos pela masculinidade patriarcal tradicional, mas ainda somos homens, fazemos parte dela, contribuímos para ela, lutamos contra ela e nos sentimos atraídos por ela, e sabe, é muita coisa."

É um lembrete de que ninguém está isento dessas dinâmicas de poder, e mesmo aqueles que são marginalizados pelo sistema podem acabar defendendo-o, seja por sobrevivência ou status.

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Uma prisão ou uma libertação?

Em última análise, a mensagem de Mega é de escolha consciente. Ao nos apegarmos a definições rígidas e ultrapassadas do que os homens "deveriam" ser, limitamos a nós mesmos e aos nossos relacionamentos. Ele acredita que a masculinidade "amputou os homens de sua alfabetização emocional", levando a conexões superficiais.

O caminho a seguir, ele sugere, envolve questionar os papéis que nos foram atribuídos e decidir por nós mesmos como queremos viver. Trata-se de passar da performance para a autenticidade.

Como ele conclui poderosamente:

Gênero é uma prisão ou uma libertação... Como você está vivendo por escolha consciente nesses papéis que lhe foram atribuídos? Você escolheu isso? Isso foi imposto a você?

É uma pergunta que desafia todos a olhar além dos rótulos e começar a construir uma versão de masculinidade — e humanidade — que nos liberte.


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