O progresso não é permanente: por que devemos nos lembrar do nosso passado para proteger o nosso futuro
O progresso não é permanente: por que devemos nos lembrar do nosso passado para proteger o nosso futuro

O progresso não é permanente: por que devemos nos lembrar do nosso passado para proteger o nosso futuro

O progresso é uma coisa linda. É como se acomodar em uma cadeira confortável. Os direitos conquistados com muito esforço, a visibilidade crescente, a sensação de que o mundo está finalmente, lentamente, abrindo os braços. As arestas afiadas da dor do passado começam a se dissipar. Mas eis o problema do conforto: ele pode fazer você esquecer. E esquecer é um luxo que simplesmente não podemos nos dar.

É perigosamente fácil esquecer que nossa liberdade foi conquistada com sangue, suor e uma fúria justificada. Gerações anteriores à nossa não lutaram apenas por direitos; lutaram por suas vidas. Foram presas, institucionalizadas, brutalizadas e assassinadas por quem eram. Para muitos em todo o mundo, esse pesadelo ainda é uma realidade diária.

Uma foto em preto e branco de uma marcha histórica de protesto pelos direitos gays.
Fonte da foto – gaydar.vip

Os ecos da história nas manchetes de hoje

Acha que o passado já passou? Pense de novo. A mesma retórica usada para demonizar nossa comunidade está sendo reciclada e estampada nas manchetes hoje. O famoso alerta do filósofo George Santayana nunca pareceu tão urgente:

“Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo.”

Este não é apenas um exercício filosófico. A prova está no campo de batalha político. Em uma ação que causou comoção na comunidade, a Campanha pelos Direitos Humanos declarou estado de emergência nacional para pessoas LGBTQ+ nos EUA em 2023, pela primeira vez. Como afirmou a presidente da HRC, Kelley Robinson: "As ameaças crescentes que milhões de pessoas em nossa comunidade enfrentam não são apenas percebidas — são reais, tangíveis e perigosas."

De acordo com o rastreador legislativo da ACLU, mais de 500 projetos de lei anti-LGBTQ+ foram apresentados nos Estados Unidos somente em 2024, visando desde a assistência médica para jovens trans até a definição de quais livros podem estar nas estantes das bibliotecas. É a mesma velha estratégia: apagar nossas histórias, legislar sobre nossas vidas e nos empurrar de volta para as sombras.

Lembrar como um ato de resistência

É por isso que recordar não é mais uma atividade passiva — é um ato de desafio. Nossa história é um guia de sobrevivência, um modelo de resiliência. Devemos nos lembrar da Revolta de Stonewall, não como um evento distante, mas como prova de que um punhado de indivíduos fartos pode desencadear uma revolução.

Devemos lembrar dos heróis do ACT UP, que enfrentaram um governo que deixou uma praga dizimar uma geração e responderam gritando a verdade desafiadora: “Silêncio = Morte.” A luta deles por visibilidade e justiça médica lançou as bases para grande parte do ativismo atual. Eles nos ensinaram que ser barulhento, perturbador e exigente não é apenas uma opção; é uma necessidade quando sua vida está em jogo.

Hoje, esse espírito continua vivo. Ele vive nos ativistas que lutam contra leis discriminatórias, nos criadores de conteúdo em plataformas como TikTok e Instagram que compartilham doses diárias de história queer, e em cada pessoa que escolhe viver sua verdade aberta e orgulhosamente. Eles são os guardiões da chama.

Nós não esqueceremos

Esquecer o medo do armário, a crueldade de ser motivo de piada ou a agonia de ser considerado "descartável" não é apenas um desserviço àqueles que nos antecederam — é uma traição ao nosso futuro. Estamos pisando no chão que eles conquistaram para nós, e podemos senti-lo tremer.

A luta está longe de terminar. Mas a nossa força está na nossa memória. Está em conhecer as profundezas da escuridão que enfrentamos e o incrível poder que temos quando nos unimos. Devemos isso aos nossos antepassados, a nós mesmos e às gerações futuras, para manter esta história próxima.

Precisamos nos lembrar da fúria, da resiliência, da revolução. Porque, se esquecermos, perderemos o terreno que conquistamos. Então, não — não esqueceremos. Nem agora. Nem nunca.

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